Diretor de Política Monetária do Banco Central é o primeiro entrevistado do evento Market Talks da

Gabriel Muricca Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, foi o primeiro entrevistado do evento Market Talks da .

Galípolo foi recebido pelo reitor da , professor Edson da Costa Bortoni.

Durante o evento, o convidado tratou de diversos assuntos da atualidade, como meta de inflação, relação entre as economias brasileira e americana, transformações climáticas e economia verde, efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul e o uso de Inteligência Artificial no setor financeiro.

Cerca de 100 participantes acompanharam o evento no Auditório Aureliano Chaves.

O evento foi realizado pela Liga de Mercado Financeiro da .

Alguns dos integrantes da Liga de Mercado Financeiro da com o professor Bortoni. (Crédito da fotos: Liga de Mercado Financeiro / SECOM – )

A Liga de Mercado Financeiro da Universidade Federal de Itajubá () realizou de forma híbrida, no dia 27 de maio, a 1ª Edição do Market Talks, evento que visa reunir grandes nomes do cenário econômico para compartilhar suas trajetórias profissionais e debater os principais desafios da economia atual.

Nesta primeira edição, a recebeu um dos nomes mais destacados do mercado financeiro, o diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, Gabriel Muricca Galípolo, para uma discussão sobre sua trajetória profissional e as “Perspectivas da Economia e Política Monetária no Brasil”. Ele foi recebido pelo reitor da , professor Edson da Costa Bortoni, e por cerca de 100 participantes no Auditório Aureliano Chaves. Outras 300 pessoas acompanharam sua apresentação ao vivo pelo YouTube ().

O atual diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil tem experiências que vão desde a docência e pesquisa no ambiente acadêmico até a atuação no mercado financeiro, especialmente como presidente do Banco Fator, e no setor público. Durante o evento, ele foi questionado sobre sua trajetória e, em resposta, destacou o valor de acumular experiências em diferentes setores e as oportunidades de trabalhar com pessoas que foram grandes referências profissionais.

O convidado também comentou sobre a grande relevância do ambiente universitário para sua formação e o impacto dos excelentes educadores que teve na vida, ressaltando que, ao longo de seu processo de aprendizado, foi muito valioso ter oportunidades de conversar com seus professores, trocar ideias e ser ouvido. Reforçou ainda a importância de aproveitar o ambiente universitário e tirar o melhor proveito das oportunidades que ele apresenta.

Galípolo ressaltou que estudo, leitura e ambiente fértil são indispensáveis para um processo de formação, e lembrou a necessidade de se manter humilde para reconhecer que sempre há mais a ser aprendido. Ele complementou esse tema, realçando que os estudantes de ensino superior devem aproveitar melhor o tempo que passam na universidade e não se preocupar tanto com o futuro, mas sim focar no presente, cobrando-se menos, controlando a ansiedade e não deixando de aproveitar ao máximo a relação com os professores.

Assuntos da atualidade

Entrando no tema econômico, o diretor comentou sobre a recente decisão do Banco Central (BC) de um corte de 25 pontos-base na taxa SELIC. Disse que a meta de inflação é um tema de extrema relevância para o BC e que a taxa SELIC é um instrumento indispensável nesse objetivo.

Sendo assim, ele explicou que, com o cenário de taxas de juros nos EUA e o aumento da volatilidade da cotação do Real frente ao Dólar, foi necessário reduzir o ritmo do corte nas taxas de juros, demonstrando a preocupação do Comitê de Política Monetária (COPOM) com as evidências que o mercado apresenta e que podem pressionar a inflação no curto prazo. Galípolo ressaltou que a meta de inflação é prioridade do BC, mesmo com os efeitos já conhecidos da política fiscal sobre a política monetária, a meta será perseguida com maior ou menor custo.

Quanto à relação entre as economias brasileira e americana, o diretor destacou que a política monetária em países emergentes não pode ser comparada à de países desenvolvidos. Falou sobre os sinais da economia dos Estados Unidos, com o mercado de trabalho aquecido, taxas de juros elevadas e bolsa de valores em suas máximas, e como esses eventos atraem muitos investimentos para lá, reduzindo o fluxo de recursos para economias como o Brasil.

No tema das transformações climáticas e economia verde, Galípolo comentou sobre os custos dessa transição e disse que, atualmente, há diversos custos causados por atividades econômicas que geram efeitos no clima, como catástrofes e problemas de saúde. Ressaltou ainda o destaque do Brasil nesse processo de transformação, por ter fontes de energia renováveis em abundância e, provavelmente, um custo mais baixo para essa transição. Nesse tema, ele realçou também a importância de políticas públicas para atrair mais investimentos verdes.

Questionado sobre os efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul, Galípolo defendeu que o foco atual deve ser prestar todo socorro necessário ao estado e sua população. Quanto aos resultados econômicos relativos a essa catástrofe, ele afirmou que o choque de oferta de alguns produtos pode gerar pressão sobre a inflação, mas que esses efeitos terão impacto no futuro e serão tratados em momento oportuno.

O diretor de Política Monetária do BC também foi questionado sobre o uso de Inteligência Artificial (IA) no setor financeiro. Quanto a isso, ele disse que a IA é provavelmente uma das maiores transformações que as atuais gerações já experimentaram e que o problema será o uso que alguns venham a fazer dela no futuro, no entanto isso não significa que se deve proibir o desenvolvimento das tecnologias, mas sim regulamentar o seu uso.

Por fim, o diretor comentou sobre a relevância de eventos como o que foi realizado pela Liga de Mercado Financeiro da e parabenizou os organizadores.

Liga de Mercado Financeiro

Fundada em 2020, a Liga é uma iniciativa que busca conectar estudantes da ao mercado financeiro, por meio de eventos exclusivos com personalidades renomadas nessa área, como conversas e mentorias com profissionais; do desenvolvimento de projetos práticos que simulam o dia a dia no mercado, como análise e valoração de empresas, estudos macroeconômicos do Brasil e de seus principais parceiros comerciais, e pela integração de programação para a resolução de tarefas complexas. Sua missão é clara: preparar os futuros líderes da indústria e aqueles que buscam aprimorar suas habilidades de gestão financeira.

Repercussão na mídia

Sites especializados no mercado financeiro acompanharam o evento realizado na e publicaram matérias relacionadas aos temas abordados pelo diretor de Política Monetária do Banco Central. Confira: